Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2009

Verso e reverso

Fui a casa do João No terreno do lixão Uma telha sim outra não Parede em desalinho Não há janela, paisagem não é bela... Becos de poeiras, esgotos a céu aberto Clamam por solução Um poste bem ao lado Um luz bem fraquinha Clareia os rostos dos atores Da última festa cívica Um cartaz com a foto Para prefeito Amigo de Si Andei com meu olhar ao redor Lá em um beco sem saída Três menores em suas mãos a sentença O fuzil, que não dá segurança A pistola da morte O cigarro que mata as famílias Eu e minha mochila de conceitos Na parede de um casebre Os dizeres: vendo cloro e cocada Cerveja e 51 Pipa e picolé Vou a outra casa ,antes de me servirem um copo d'água, olho para água!!! Me lembro o que mata não é o que entra pela boca As lágrimas deste povo eu julgo Eu com minha mochila de conceitos Com, préconceitos mal feitos Na calçada de terra um menino brinca O carrinho de três rodas o motor em sua boca Viaja ...Deus sabe aonde Ele era imagem da felicidade Buzinou para não me atropelar Sorriu

Mosaico

Como c onstruir um mosaico? Não Estático Os homens não falam As pedras clamam Como juntar diferentes seres Formar um mosaico Juntar as Pedras Formar um quadro vivo Com pedras mortas Um Ébrio caído na praça Corruptos orando por propina Crianças cheirando cola Portas de Catedrais fechadas Pastores de si mesmo Pregando prosperidade Como fazer um mosaico? Juntar Pedras Vivas Como muitas mortas Nada de mosaico Estático Construir um mosaico, com todas as pedras Onde a Pedra Angular A Pedra do fundamento Seja o Cristo O que fora rejeitado pelos Construtores Se Tornou uma pedra angular A Pedra de Salvação Os que não creem tropeçam Os que creem formem um altar Com um desenho, nascido de novo Um altar para Jesus.

Viver ou viver

Falamos e não vivemos Vivemos e não falamos Incoerência estampada Insuficiência notada Improviso no viver Gestos são marcas: Orgulho, vaidade, contendas Somos seres cultuando o nada Em nossa frieza cavamos túmulos Senão compreendemos o viver, Vivemos o morrer Viver o eu, é morrer o nós Viver o nós, é viver em Cristo A comunhão com todos, A comunhão com Deus Em espírito ...O caminho é Jesus O Viver começa em Cristo A luz exata , que nos clareia o viver Sem ele tatiamos ... em nosso escuro Com ele, se nasce o viver ... E aprendemos como não morrer.

Oração

Em meu quarto com a porta fechada Ele já sabia o quê me afligia Não verbalizei nenhuma palavra Ele já sabia o quê eu necessitava: Respostas para minhas preocupações Tanto horror, tanta dor... nos jardins não há mais flores, porque não há abelhas Não há peixes, porque, não há água Não há homens, porque não há meninos Eu em meu quarto: "Até quando Senhor?" "O céu e a terra passarão, minhas palavras não" "Um será tomado, outro será deixado" Não pelo rosto, não pelo posto, Não pela raça, não pelo gosto Humanismo, que não humaniza Crenças, lendas, religiões Mortos enterrando mortos Os que vivem sem atenção No céu todos não mais verão As balas traçantes do tráfico Nem os cartuchos deflagrados sendo vendidos, Para alimentar as pobres crianças Ele está vindo e virá Nas nuvens! O Senhor de todos! O juiz de muitos No meu quarto ouço seu dizer: Em mim há um inicio Em mim há um fim Quem nascer de novo, me verá r

Pare e pense

Muitos pelas ruas preservando o corpo O quê há de errado ao chegar a este estado O barulho e intenso eles não ouvem -Preserve sua alma Muitos outros, a juntar e preservar muitos bens Há um anuncio por trás disto: Gostamos do que enferruja Há uma agitação eles não dão atenção - preserve o que dura Sonhamos em ser estrelas, os primeiros lugares -Seja como meu filho , um humilde servo Com os nossos ritos e obras pensamos em perdão -Eu penso em confissão Ele controla tudo, nos não controlamos nada O que nos preocupa, não preocupa ele Com ele há reserva de ar para todos Há água para muitos Há um sol sem igual Vou viver antes de morrer -Uma voz diz morra se quiser viver Negar-se a si mesmo Isto não pode ser real - Quer pensar em meus sonhos ? Muitos querendo dar fim aos seus inimigos; -Eu quero ressuscitar os doentes De corpo, alma e mente Pare e pense...

Meu andar...

Eu andava só contigo... Fui em sua casa muitas vezes, Ouvi suas mensagens, fiquei alegre e até feliz Eu o conhecia de ouvir dizer, de alguém falar Eu fui em sua casa em busca de uma proteção Ouvir sua voz...Não! Nos domingos me aprontava, em belas roupas me adornava, com os cânticos eu me empolgava mas com suas ordens eu não me dava Eu andava contigo Aos poucos vieram outras canções Que embalaram meu dormir Está muito frio, chove muito, deixe pra depois As melodias que nos afastam de Deus... Você é muito novo, há uma longa e larga estrada Eu andava contigo Os prazeres deste mundão Tem deixado muitos no chão Os prazeres da bebida, drogas, prostituição Eu andava contigo?... Fiquei no porta luvas do teu carro naquela rua escura de sua vida... Fiquei em uma gaveta de um velho armário Quando você mentiu para seus pais... O que você não sabe, eu sempre estive contigo Eu estou em todos os lugares E sempre andei contigo Mesmo você me

Crer

Há de se crer Quando se ouviu dizer Este é meu filho amado Há de se crer quando suas vestes reluziram Há de se crer quando o cego enxergou O paralítico que não andava caminhou Há de se crer quando se vê Um homem andando sobre as águas Há de se crer um morto ressuscitou Que poder! há de se crer Lázaro ressuscitou! há de se crer Mas o que dizer de quem nunca Fora seu seguidor que seus atos e milagres não presenciou Crer em um homem ensanguentado Com feridas profundas e maltratado Um ser vivendo os insultos e deboches Como crer em um farrapo com uma coroa de espinhos? Preso em sua ultrajante dor Como crer? Um cenário de derrota, como crer? Mas um ladrão condenado ao seu lado: -Eu sei porque recebo castigo pelos meus atos Mas este nenhum mal fez Como estar em igual sentença? -Jesus lembra-te de mim Quando vieres no teu reino Disse-lhe Jesus: hoje estarás comigo no paraíso Com este ato há de se crer

Além Mar

Anda Pedro! e seu pescado Anda Pedro! nesses mares revoltosos Pedro e suas tempestades... Na ignorância de sua rede Na incerteza de seus peixes É chegado a hora de trocar seu barco De trocar sua rede Agora é hora de um outro cais Pedro o sábio do mar o errante sobre o sal Anda Pedro! diz aos homens que de tanto pescar, você foi pescado Anda Pedro! diz aos homens que você Encontrou em terra o Deus Maior que neturno Anda Pedro! No espanto da dúvida: Não...Não...Não !... Eu não sei dos homens eu só sei do mar Anda Pedro! diga o quê você aprendeu com Jesus Pedro chorou, chorou... Sua alegria voltou quando Cristo o indagou Tu me amas?...Tu me Amas?...Tu me amas? Mandaram calar , Pedro falou, Jesus é o Cristo de Deus.

Não vi

Não vi com os olhos de se ver Não ouvi com os ouvidos de se ouvir Não reparei a minha volta Não me fiz como o bom samaritano E sim o sacerdote e seu engano Eu me vi no levita que se agita: passei de largo Eu não vi o sofrido ao lado Não atendi o seu chamado Na solidão da multidão O próximo morre ao chão Não vi com os olhos de se ver Onde estava meu coração? Nos tesouros que cá estão Não ouvi com os ouvidos de se ouvir Os Ais de Jesus, eu não entendi Juntei-me aos fariseus e seus fermentos E ao faminto eu minto Por que hoje é sábado De uma lei tão fria Não vi quem passa fome Do pão da vida Desculpa-me, vou ver meu campo Desculpa-me, vou ver meus bois Casei-me, estou em festa Não ouvir com os ouvidos de se ouvir É recusar o banquete de Cristo Já os pobres, os aleijados e os cegos Viram com os olhos de se ver Provaram de sua ceia Perdão ...perdão ... Que eu veja com os olhos de se ver E ouça Jesus dizer o que é religião.
Bem Perto Os desejos dos homens: Saber o que há por detrás das galáxias Vamos, nossos olhos precisam desvendar os mistérios Haverá um novo Éden? Frutos de um doce bom? Perfumes de flores inigualáveis Viagens rumo ao abissal Para ver e tocar em outros corais Bem lá fundo no mar do nosso mundo Haverá outros tesouros? Energias renováveis Que aquecem e transformam? Qual a intenção ?... O fogo para clarear o abismo escuro? Ou o fogo que destrói a tudo ? Vamos rumo ao infinito A ciência do bem e do mal Porque não tocar no fruto da árvore Que está no meio do jardim?... O conforto e o conflito...a guerra interna... A luz dos homens nos trouxeram Um solo tão cansado, um homem tão duro Um ser tão pequeno, distante... Um Deus tão grande bem perto Como nascer esta ideia entre pedras e espinhos?... A semente: a cem, a sessenta, a trinta por um?... Os homens rumo ao infinito Deus aqui, como também lá estará Os homens e seus telescópios, buscam os mistérios O Deus criador não precisa de uma nanot

Palavras

Pintei mamãe quando criança Na tela de minha alma Não vendo e não troco Foi ela quem me deu palavras Nas linhas dos meus cadernos O trenzinho de palavras Descarrilava muitas vezes Ao formar outras palavras Meu mestre deu-me a chave Fiz-me porta também E os mistérios que agora conto São palavras,quer ver bem? Sei dos homens,seus pensares... Seus erros e seus acertos Sou um homem,não tão feito... Nas mãos de um perfeito Ele é o dono da poesia Eu fico apaixonado Cheira terra,céu e mar Palavras que tu me ensinas Perdão mestre esta minha pobre rima As mães ensinam cantigas... Tu nos inspira a contar Só não sabemos o exato O processo do ensinar... Uma voz falou-me profundo A PALAVRA veio ao mundo E veio só para nos ensinar...

Solitário X Solidário

O que vale como virtude Solitário ou solidário O solitário caminha sozinho Não reage as ações conjuntas Solitário vive a atmosfera de construir um templo de si mesmo Toca a canção doentia do seu silêncio Não ouve, não atende aos outros O Solidário constrói junto Crê na força da união Sofre junto Sabe dividir Não é dono da verdade Sabe incluir Com as mãos sempre abertas Para colher os que sofrem Vive um mundo sem cadeado Aberto a todos Ao ensinar a solitários A serem solidários.

Sorria

Sorria, o senso de humor faz bem à vida Sorria e a digestão será melhor Sorria, o espelho agradece Mesmo na reverência de um culto Sorrir não atrapalha a oração Sorria, isto faz bem aos músculos da face Sorria de si mesmo Dê um sorriso para as "verdades dos políticos" Quando alguém contar uma piada sem graça Sorria, sorria... Se o mundo te ofende e o faz chorar Tente um sorriso nem que seja amarelo Logo, logo haverá um arco-íris de gargalhar... Provoque e aceite sorrisos Jamais torne-se um debochado Quer um conselho? Sorria! Deus está filmando.
Acorde! Acorde homem! O sol o convida Para ver o florir... É hora da ciranda da vida: Animais, vegetais e minerais O lindo matiz respira e aspira Um cheiro bom! Acorde homem; só tu que hibernas! O que sonhas? Com as MATAS, aquela que tu matas Com a floresta, a pouca que resta Acorde homem, saia de tua toca! Troque um simples olhar com as flores Namore com as aves.... Sobrevoe bosques e lagos nas asas dos pássaros Acorde, banhe-te com o crepúsculo! Cante ao Criador Acorde homem para ver o mar e seus peixes! Antes que as nuvens radioativas toque a canção da morte Venha viver a vida Venha assistir a primavera, E aprender com as borboletas o processo da liberdade Homem não durma a vida inteira Venha lambusar-te de mel E aprender com as abelhas O belo da primavera E muito mais, saber que Deus nunca dorme
Na janela Moça, caminhe devagar sob minha janela Eu sonho uma canção, ela é pra você Da melodia sai uma rosa Ela é pra você Pode cheirá-la, pode guardá-la Ela é pra você Uma rosa dura muito pouco Moça, caminhe devagar sob minha janela Sou maestro de mim mesmo Neste gesto de te ver Na canção há um perfume que não sabe mentir Não fique assustada; sorria Moça, hoje eu quero ser gente Seguir em frente, atrás do seu amor... Esta rosa não pode ficar jogada ao chão Moça, caminhe bem devagar sob minha janela Esta é a paisagem mais bela! A janela fez-se moldura Minha canção com ternura Este lindo canto pintou

O Nascimento de um Natal

As dores já são notadas A raça humana grávida em sua lenda Geme a ilusão e, aos poucos, desponta o "Natal" A cidade não transformada, simplesmente pintada Luzes, canções que vão embalando o "Natal" dos homens Espantando o NATAL de DEUS Os dementes mentem...mentem... O aclamado, o proclamado Papai Noel O pai das pobres criaturinhas Tem boca mas não fala Tem olhos mas não vê O astro maior no circo dos homens pagãos Em suas mãos é entregue a chave do consumo O velhinho com cores de fogo Com um saco cheio de pó e nó Festas, bebidas, presentes e mesas... As reflexões: comer e beber... O carnal natal Nascem tudo e todos Só não o Menino Deus A cidade está superlotada Não há vaga para ti Jesus!... Óh corações, óh criaturas de todos os confins Sejam a Belém Jesus Cristo precisa nascer Para ser verdadeiro O NATAL.

O capitão

N Naveguei em muitos barcos Sem um destino certo No certo eu não navegava Flutuava agarrando-me a qualquer elemento Mas um dia embarquei no barco Eternidade Como um clandestino embarquei n ão lançado fora embarquei Rumo ao Norte verdadeiro Um dos tripulantes chamado Mateus Contou-me sua maior aventura Um outro cujo nome era Marcos Contou-me as historia que ele ouviu do Capitão... Um tripulante chamado Lucas Falou-me sobre os feitos e o saber do Capitão Bem ao lado, um outro chamado João Falou-me: Ele acalmou o mar e fez cessar os ventos O Capitão sabia tudo sobre a terra Tudo sobre os homens Tudo sobre a morte Sobretudo sabia o que era a vida No seu barco Eternidade havia lugar para todos Pobres, ricos e todos marginalizados As crianças ele as queria bem próximo Sabia dos medos, das dúvidas Sabia compreender Sabia Amar No barco a multidão ...! Um paralítico depois do encontro com o Capitão Pude vê-lo saltando Um cego depois do encontro pode ver a beleza do mar Quem é o Capitão? Foi aí

Canção do caboclo

Canção do Caboclo Nas águas correntes Vidas novas Terra úmida, sol quente Viajando livremente Encontrei nas águas Caboclos em casas fincadas em água Comiam farinha e peixes E mais nada Imensidão de aves bonitas Araras,tucanos,macacos pulando... O homem remando Mas preso ficando Nas correntes das águas Suas heranças deixadas Caminhos de igarapés Sem vizinhos Sem cercas Os pés molhados Uma vida amarga Um mar doce e mais nada

Minha Mãe

Não abraçou e nem compreendia as ideologias do mundo, só a Ideologia das mães: lavar, passar, cozer e ver os seus filhos felizes. Logo cedinho, seu aroma invadia-me uma agilidade a toda prova; Não esqueço sua voz que diazia: o café está na mesa. Não sabia de estética mas nunca queria me ver despentiado. Seu universo era o lar; '' Escove os dentes, escove os sapatos"; Sempre o infalível afeto matutino. "Seja um homem meu filho, estude".... Oh! que saudade de suas mãos acariciando meu rosto e de seus beijos. Minhas roupas simples mas bem passadas; posso ver em minhas memórias ,as mesmas mãos irritadas por causa do sabão. Quando ordenava que eu fosse a quitanda, fazia uma lista. Sua ortografia não correta, comunicava por demais. Minha doce mãe, sem nenhuma formação escolar mas sabia a geografia das mães: O solo correto mostrou-me, sim foi ela quem ensinou-me a plantar uma árvore pela primeira vez. Ecologia? Ela nunca ouviu falar tal palavra mas o que os panfletos e

Poema de um Adolescente

Eu menino de lapis e livros nas mãos O coração a certeza, Não sou mais menino não... Nos livros que eu lia Tirava poesias:versos de amor a Maria Maria era tudo,era tudo pra mim Maria era mais que os livros que eu lia Como os meus versos Maria sorria Não acrediava no amor que existia Mas com o tempo A vida passou A ponta do lápis quebrou Os meus livros o fogo queimou Maria um amor que se apagou.

Senhora Imaginação

Bela moça!... c aminhando sobre os tempos Fez-me conhecer os animais E os homens? pergunto... Dizia a Bela e sabedora moça Tente desenhá-los Tentei e venho tentando ao longo dos anos Nas caricaturas por mim idealizadas Esbocei, homens por fora de ouro ; por dentro de lata Crianças espectadoras e participantes das guerras Triste esboço...triste fim... Dizia a bela imaginação: E as paisagens? As montanhas, rios e mares sofrem as dores da morte Progresso ,oh! progresso; a desordem sem fim Dizia a bela imaginação: Fale-me sobre algo muito sublime Pensei no Cristo filho do homem , A virtude Maior Neste mundo real e virtual são poucos os que o conhecem Abraçando minha Imaginaçao,tornamos um casal Núpcias e separações Eu e a senhora imaginação Falamos sobre o Filho, serão sete? Não te digo que até sete, mais setenta vezes sete Ficamos na ansiedade do amor, à procura da Virtude Maior, Deus.

Natureza

Oh! que saudade,da perfeita comunhão A linguagem dos rios A fala dos prados verdes sede das águas cristalinas O zunir das cigarras cantando o verão No balé das andorinhas -Meu Deus onde estão as relvas? -As aves e os peixes? -Foram destroçados Com o clarão dos átomos No campo só um cogumelo atômico Todos emudeceram ... Na velocidade dos homens Hoje vivo a minha nova Arcádia Com muita melancolia Nos olhos dos rios As lágrimas dos bionãodegradáveis No olfato do campo os pesticidas Exalam a morte e a dor Oh! minha nova Arcádia Quem entende de mel Não são mais as abelhas E o leite...sua formula é outra A nova floresta caminha para o deserto Clamam os sensíveis Racionais e irracionais Por um ar melhor Oh! engenharia genética Onde nas provetas Se cruzam os gêns do egoísmo com o ódio Gostaria de ouvir e ver a natureza Do antigo no moderno Tudo pelos suaves inventos Tudo pelo libertador do oxigênio: DEUS a árvore de todos os tempos
Pensamento: No painel da existência há dois botões, o primeiro o da Vida, o segundo o da Morte. Aceite o conselho de Deus: aperte o primeiro botão.

Nota de Desaparecimento

Desapareceu hoje do coração da cidade, a Poesia Trajando roupas de romantismo, Calçando sapatos de denúncias, Com luvas de versos de amor, rimados e livres Seu pai, o Poeta Ninguém, anda desesperado Já procurei-a em todos os lugares Por favor, esta terna e doce criatura talvez tenha sido sequestrada Por favor, Senhores mal-feitores! Não maltratem minha querida Poesia Eu sei que ela andou falando o que não devia, Mas não foi por mal O Poeta paga qualquer preço para revê-la Não a transformem em uma fria notícia policial Não! Não façam isso! Digam, qual a importância em dinheiro para termos ela de volta Se estiver confinada aos insensíveis, não sei o que será da coitada Talvez agora ela não saiba dizer seu nome, seu endereço Mas eu adianto: Seu endereço é Rua do Coração, esquina da Mente Sã Seu nome completo é: Poesia de Sublimes Amores. Se foi raptada pelos senhores ateus... Oh, meu Deus! Não a deixe que se transforme em uma à toa Nas mãos dos irreverentes, simplesmente dirão: Quem foi

Praça da Sé

Na Praça da Sé senhoras oram Os homens pregam E a praça sem paz Os minutos são caros Senhoras de paz Fazem pedidos Os homens sem risos Pregam sem paz Senhoras choram Homens calam Na Praça da Sé Na praça sem paz Na Praça da Sé Senhoras pedem mais gente Os homens pregam pedindo mas fé As estrelas choram Todos de pé Nasce outro dia Pedidos de fé O sol está triste O jornal está triste E a fé ainda resiste... Na praça sem paz Na luta constante... Todos de pé A guerra é a mesma Na praça da Sé

Riqueza

Encontrarás na Terra, ouro O ouro e seus males... A prata e suas astúcias As pedras preciosas também encontrarás Elas irão ferir em gestos da cor do rubi Tudo isso transforma o coração do homem em diamante Extraída de muitos para poucos Riqueza através do dinheiro Riqueza que não compra Riqueza Nas lojas não vendem Nas reuniões da Sociedade tão pouco Nas Bolsas de Valores...? Estas são as mais mendigas diante da Real Riqueza Nas Faculdades...? Todas juntas são ignorantes demais no conhecimento da Riqueza do Alto A Riqueza não está na beleza fisionômica A Riqueza Real; a Riqueza do Alto não sofre fenômenos físicos e nem químicos Não pode ser roubada Não sofre danos Brilha tão intensamente Que em tudo que pensarmos será pouco Riqueza é TER e SER de CRISTO “Brilho dos brilhos” “RIQUEZA SEM FIM”.

Milagre de Novo

As carícias no ventre Pai e mãe contemplam O milagre! E sonham... É ele ou ela? Há mudança no ambiente As reflexões repetidas O milagre menino! O milagre menina! O milagre de Deus! É hora da dor mais saudável Vejam! Minha Camila chegou! O choro emocionante de uma vida Em busca de casa e carinho... Parem! Minutos somente Eis aí a semente dos segredos da terra Seus olhos e risos, codificam palavras: Paz, passos, presença Por Deus, para todos Façam! Praças, passeios, parques, bombons, bolas e bonecos Tragam! Colégios, cadernos e conselhos Vão, em Deus, por Deus nascer de novo.

O filho que eu não tive

O filho que eu não tive   Nasceu em meu sonho Foi demais para mim Fui feliz ao sonhar Sendo criança sabia  Conhecia a relação em bem e o mal Suas palavras eram ternas poesias O filho que eu não tive Amando como pai Era por demais amigo De sua boca nunca ouvi a mentira Nem as milícias só a delícias Para com o filho que eu não tive Fui relapso por demais Diante de seus olhos Eu pratiquei a mentira Pratiquei o culto ao dinheiro Pratiquei a hipocrisia Com o filho que eu não tive Caminhei cidades, campos e florestas Com ele  aprendi como obter harmonia Entre homens, natureza e animais Eu como pai aprendi a ser filho Deixou-me uma lição O caminho, A verdade e A vida

Trajeto de um ex-menino

Na manhã surge o menino Chorando a vida Belo como um príncipe dos contos Na cabeça a pureza e a ingenuidade das vítimas Pronto para os acontecimentos, Com os pés ao vento, corre em busca de pão Mas nem só de pão vive o menino Com os braços, que só ossos Sem parentes Não esqueci dos pais (não teve) Sem retrato, sem registro Sua madrasta era a miséria Seu padrasto fora vítima de uma aposentadoria mal-recolhida Adotado pela contravenção Comia na casa da corrupção Era tratado diferente, pelos piedosos e por muitos religiosos Estes lhe davam, roupas e comida; menos palavras de amor Não brincou de bola e sim de bala (não é doce) Não foi à escola; desaprendeu com a vida Era doença contida Levado ao médico, a consulta o insulta Só bebendo água Mas essa, está contaminada Uma infecção, muitas injeções A agulha não é descartável O hospital era público E ele, era privilegiado marginalizado Tantos atalhos, andou, andou... E de cansaço parou na praça da Paz Um corre-corre, gritos e barulhos! Pega! P