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Mostrando postagens de julho, 2009

Trajeto de um ex-menino

Na manhã surge o menino Chorando a vida Belo como um príncipe dos contos Na cabeça a pureza e a ingenuidade das vítimas Pronto para os acontecimentos, Com os pés ao vento, corre em busca de pão Mas nem só de pão vive o menino Com os braços, que só ossos Sem parentes Não esqueci dos pais (não teve) Sem retrato, sem registro Sua madrasta era a miséria Seu padrasto fora vítima de uma aposentadoria mal-recolhida Adotado pela contravenção Comia na casa da corrupção Era tratado diferente, pelos piedosos e por muitos religiosos Estes lhe davam, roupas e comida; menos palavras de amor Não brincou de bola e sim de bala (não é doce) Não foi à escola; desaprendeu com a vida Era doença contida Levado ao médico, a consulta o insulta Só bebendo água Mas essa, está contaminada Uma infecção, muitas injeções A agulha não é descartável O hospital era público E ele, era privilegiado marginalizado Tantos atalhos, andou, andou... E de cansaço parou na praça da Paz Um corre-corre, gritos e barulhos! Pega! P