Pular para o conteúdo principal

Dias Velozes


Os dias são velozes
O tempo é contabilizado
Não há tempo para pausa
Não há tempo para escuta
Os dias são velozes
Os dias são vorazes
Há uma distância
São poucos os ouvidos
Era da informação
Muita transmissão
Pouca percepção
Pouca reflexão
Há uma ficcionalização
Do horror, do banal
Em dias velozes
Como sentir as flores
Aroma de remorso?...
Ou perfume de confissão?...
Dias velozes
Não são belos, não são feios
São grotescos
Eu clamo por lentidão
Lugar para se sentar
E perceber que não basta Twittar
Na lentidão damos as mãos
Sentimos o frio, o calor
E o pulsar dos corações
Tudo isto são pétalas
Que precisam de receptáculos
Em vidas mais lentas
Virão as flores
As saudosas abelhas
E dias mais doces...

Comentários

  1. Simplesmente Me tirou o folego.
    OS dias são velozes. e quando percebemos resta apenas lembranças de dias velozes que mal aproveitamos.

    ResponderExcluir
  2. oi belo texto
    realmente o tempo passa rapido, um grande abraço

    ResponderExcluir
  3. Eu diria que nesses dias ferozes, na busca constante por nossos ideais, deixamos de por em prática o verdadeiro amor e assim ignoramos o nosso semelhante que mesmo próximo parece tão distante porque assim preferimos... Fico me perguntando meu caro amigo poeta, quantas pessoas deixam de aprender a viver bem apenas por viver demasiadamente correndo e sem dá de fato importância ao que deveria ser dado?... Não seria melhor buscar a Deus sobretudo e sobre todos e amar o nosso semelhante?... Belo poema, qualquer palavra aqui expressada torna-se pouca comparada com a profundidade do que você escreve. Parabéns... www.joselitootilio.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. Querido irmão, que lindo, que profundo!
    É verdade, os dias são velozes mesmos... em dois sentidos:
    como diz a Bíblia, os nossos anos voam e a vida passa muito rapidamente, como um sopro.
    Mas, também, os dias são velozes no sentido de que vivemos num ritmo desenfreado e mal aproveitamos os momentos mais preciosos de nossas vidas.
    Que possamos buscar mais tranqüilidade!
    Que possamos aprender a contar os nossos dias!
    "Em vidas mais lentas
    virão as flores,
    as saudosas abelhas...
    e dias mais doces!"

    Irmão, gostei tanto de seu poema, que quero te pedir permissão para coloca-lo no meu blog, citando a fonte, é claro (seu nome e seu Blog). Posso?
    Um abraço fraternal. Josy

    ResponderExcluir
  5. Irmã fique a vontade pode publicar qualquer texto meu... eu é que ficarei honrado com sua
    generosidade, obrigado por sua atenção,a Paz!

    ResponderExcluir
  6. "Dias velozes não são belos, não são feios, são grotescos."
    Que palavras impactantes. Você brinca com as palavras de forma ímpar.
    Um abraço!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Casa dividida

Não chegaremos  a lugar algum Estamos cercados entre céticos E os cinicos Querem mudar o mundo E não mudam a si Não há projetos para os céticos Estamos cercados por ideologia dos cinicos Casa dividida não subsiste Céticos e cinicos são pedras são espinhos Sujos e mal lavados Oder velho em vinho novo Não chegamos a lugar algum Reino dos homens Só há uma esperança Sejamos peregrinos Em direção ao reino do céu Nossa terra só ruina Ídolos com pés de lama Abominável justiça A verdade é a vitima Das balas perdidas dos homens Nossa casa está dividida Quem não junta espalha O que mais precisamos O corruptível se tornar incorruptível O melhor legado para nossa terra A Paz que o mundo não dá Os humildes serão exaltados Mundo para quem se fizer como meninos Ideologia de homens são pó são nó Vaidade das vaidades Um olhar de compaixão Eles não sabem o que fazem.

Live

Tá chovendo live Umas amenas, outras irônicas E as agressivas... Nuvens escuras...tempestades... Há alguém protegendo E dando abrigo ao seu Malvado favorito.

Gota a gota

Aos poucos, gota a gota Chuva é feito disso Gota a gota Os dias são somas Gotas de olhares A luz é feita de gotas Gotas de raios Mas há muita treva Olho por olho Boca sem dentes Se vão os meninos Pobres inocentes Triste cina mães de Israel Mães da Palestina Muro gotas de cimento Rios de lamentos Sem sabor de leite Sem sabor de mel Cores de algozes  Matizes de vítimas Cai sobre nós Sobre nossos filhos Sangue inocente Não se lava as mãos Terra a quem prometida? Gota a gota escorre ao chão O reino dos homens Gotas de pó...